sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

A Fraude no BPN - Capítulo 3º - No Rasto do Dinheiro - Grande Reportagem - 07-02-2013


Neste episódio...
1. Alguns investidores/clientes já receberam parte do dinheiro.
2. Frank Erkens, um Holandês "farejador de dinheiro" e a sua instituição (Holland Integrity Group) podem ajudar a seguir o rasto do dinheiro, se o chamarem para tal. Já participou em mais de 20 projetos internacionais. Juntando informação e fazendo investigação posterior, já ajudou a recuperar dezenas de milhões (casos mais simples, de três meses apenas, mas também casos de vários anos, devido à sua dimensão internacional).
3. Os que verdadeiramente ganharam o dinheiro estão, regra geral, fora da responsabilidade criminal (souberam escapar a tempo e/ou proteger-se).
4. São apontados vários arguidos e/ou "Testas de Ferro", em diferentes processos do processo mais global do BPN: Duarte Lima, Arlindo de Carvalho, Ricardo Oliveira (considerado uma personagem mistério, da qual se traça o retrato possível), José Neto (ex-deputado do PS)...
5. Cavaco Silva beneficiou de um contrato de recompra da responsabilidade de Oliveira e Costa, ganhando cerca de 350 mil euros em dois anos e meio, correspondente a uma valorização de 140%. Não há qualquer ilícito criminal a imputar. Porém, digo eu, um economista como ele, com toda a experiência de vida e de governação que já detinha na altura, não desconfiou de tamanha "vaca gorda"?!...
6. O Banco Insular, com sede em Cabo Verde (balcão virtual), cuja existência foi sempre nagada até determinada fase, servia para ocultar prejuízos e lucros, fazer grandes negócios às escondidas das autoridades Portuguesas, tendo os responsáveis do mesmo conseguido manter indetetável a sua existência. José Vaz Mascarenhas (arguido) é apontado como possível grande responsável deste facto. Dias Loureiro afirmou  que ouviu falar do Banco Insular "pelos jornais". Oliveira e Costa disse e repetiu que sobre o Insular "não falo". Ninguém conhecia, pelos vistos. A SLN, porém, está intimamente ligada ao Insular e os administradores da SLN, nessa altura, são conhecidos.
7. Com o advento da crise internacional, o BPN foi atrás. Depois, com a nacionalização, da responsabilidade do governo de José Sócrates e do seu Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, acaba por entrar para a administração, Miguel Cadilhe. Feitas as auditorias às contas, apresenta-se um plano de recuperação para resolver um problema de "700 milhões de imparidades", com o Estado a ser chamado a investir 600 milhões do total. O Ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, recusa porque "não podia admitir que os contribuintes suportassem grande parte das perdas da instituição". Entretanto, já sem Cadilhe, as contas a pagar pelos contribuintes deixam de ser 600 milhões, passam para dois mil milhões e estimam-se atualmente em sete mil milhões.
8. A responsabilidade do BPN vai muito para além de Oliveira e Costa. Inclui, também, a gestão após a nacionalização, a venda ao BIC a preço de saldo, etc. Como diz o jornalista responsável pela investigação, "não ficam de fora da cratera que a todos nos engole".
9. "A nacionalização foi um embuste." Esta é a frase-chave de partida para o último episódio, que passará dia 08 de fevereiro e onde esperamos entender melhor tudo quanto se passou após a nacionalização.

Quantos mais "tubarões" se estarão a esconder por detrás de todo este processo? Quem, assim tão importante, tem que ser protegido a todo o custo, não se hesitando em colocar milhões de inocentes a pagar a fatura de uns quantos que continuam a viver à grande, pois o dinheiro está algures, à espera de ser reencontrado e devolvido a quem de direito? Por que razão não se investe na colaboração do Holandês mencionado no ponto dois?
Daqui a 50 anos, como costume, quase tudo se saberá. Mas é pena que não se faça tudo agora, de modo a que este caso seja exemplar. E muito há a fazer. 
A SIC está de parabéns pelo jornalismo de investigação. 
Quem me dera dar os parabéns, também, à Justiça! Será que esse dia amanhece?!...

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